Procurar um profissional de saúde nunca é fácil, mas para lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e queer (LGBTQ), a busca é especialmente desafiadora. Diante de cuidados inadequados – e às vezes hostis –, muitos pacientes LGBTQ são compreensivelmente relutantes em compartilhar sua orientação sexual e identidade de gênero.
Infelizmente, não há uma maneira fácil de avaliar a familiaridade de um médico com os cuidados LGBTQ. A maioria dos pacientes precisará fazer sua própria lição de casa para encontrar um médico que cuide da sua saúde.
Para ter certeza de que o médico que você encontrou é adequado, tenha uma conversa aberta durante sua primeira consulta. Embora você possa ter medo de discriminação, a comunicação aberta e honesta é vital para um atendimento médico de qualidade.
A saúde de homossexuais e bissexuais
Embora os membros da comunidade LGBTQ tenham muitas necessidades de saúde em comum com todos os outros (pessoas LGBTQ também pegam resfriados, se machucam e compartilham riscos de saúde com outras pessoas de seu gênero, raça e etnia) existem algumas preocupações exclusivas de cuidados que são importantes discutir com um profissional de saúde. Se você não for aberto com o seu médico, ele ou ela pode fazer suposições sobre você e seus cuidados de saúde.
Para pacientes LGBTQ, isso pode significar exames perdidos para condições potencialmente fatais, como câncer de ovário e próstata.
Indivíduos transgêneros, em particular, podem se beneficiar ao se assumirem com seus médicos. Apoio médico, incluindo hormônios, terapia e cirurgia de afirmação de gênero, são opções para ajudá-lo a ser seu eu autêntico.
Pesquisas mostram que os seguintes problemas de saúde são os mais comuns enfrentados por homens gays e bissexuais. Embora nem todos se apliquem a cada indivíduo, são preocupações importantes para os homens e seus profissionais de saúde.
Violência por parceiro íntimo
A violência do parceiro assume muitas formas, mas pode envolver tanto danos físicos como emocionais. Normalmente, a violência entre parceiros íntimos começa com ameaças verbais e se transforma em abuso físico e é por isso que é importante reconhecê-la precocemente e obter ajuda o mais rápido possível. A violência entre parceiros íntimos geralmente envolve manipulação e controle. Para homens que fazem sexo com homens, a violência por parceiro íntimo inclui ameaçar “expor” a vítima para sua família, amigos e colegas de trabalho.
Pesquisas sugerem que homens que fazem sexo com homens são tão propensos a enfrentar violência por parceiro íntimo quanto mulheres heterossexuais, mas homens que fazem sexo com homens podem hesitar em procurar ajuda porque temem que revelar sua orientação sexual a outros os coloque em maior perigo.
Abuso de substâncias
Por causa do estresse e da discriminação, os homens gays e bissexuais são mais propensos a abusar do tabaco e do álcool do que a população em geral. Entre outros efeitos perigosos para a saúde, o uso do tabaco coloca os homens em risco muito maior de vários tipos de câncer e o uso excessivo de álcool contribui para danos permanentes no fígado e comportamentos sexuais de risco.
Entre os gays, certas drogas (especialmente a metanfetamina, tornaram-se amplamente usadas). Além de ser altamente viciante, a metanfetamina aumenta muito o risco de sexo inseguro e transmissão do HIV.
Dismorfia corporal
Homens gays e bissexuais têm maiores taxas de dismorfia corporal e transtornos alimentares. Muitos fatores influenciam a prevalência entre esses homens, incluindo baixa autoestima, discriminação, depressão e padrões corporais irreais.
Doenças sexualmente transmissíveis
Homens que fazem sexo com homens estão em maior risco de certas infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Além da abstinência, o melhor método para prevenir DSTs é usar camisinha toda vez que fizer sexo. Essas doenças incluem:
- HIV
O HIV é um vírus que pode levar à AIDS se não for tratado. O HIV prejudica a capacidade do sistema imunológico de combater infecções e certos tipos de câncer. O HIV é transmitido através do contato direto com fluidos corporais que contêm o vírus – muitas vezes através do compartilhamento de agulhas e sexo anal, vaginal e (muito raramente) oral. Conhecer seu status de HIV é uma parte importante da proteção a si mesmo e aos outros.
A Organização Mundial de Saúde recomenda que todos os homens que fazem sexo com homens considerem fazer a profilaxia pré-exposição (PrEP) para prevenir o HIV. A PrEP é um medicamento que, quando combinado com o uso consistente do preservativo, pode minimizar a transmissão do HIV. Pergunte ao seu médico se a PrEP é adequada para você. - Sífilis
A sífilis é uma infecção bacteriana que pode prejudicar o coração e o sistema nervoso se não for tratada prontamente. A sífilis é transmitida através do sexo oral, anal e vaginal. - Gonorreia
A gonorreia é uma infecção bacteriana que pode levar a complicações de fertilidade se não for tratada. A gonorreia é transmitida entre os parceiros através do sexo oral, anal e vaginal. As taxas de gonorreia estão aumentando entre homens que fazem sexo com homens e novas cepas mais resistentes a drogas estão se tornando mais comuns. É importante ser testado para garantir o tratamento adequado. - Hepatite A e B
As hepatites A e B são infecções virais que causam danos ao fígado. A hepatite A é transmitida principalmente através de alimentos contaminados, mas também pode ser transmitida através do sexo anal e oral. A hepatite B é transmitida através do compartilhamento de agulhas e sexo anal, oral e vaginal. As infecções por hepatite A geralmente desaparecem por conta própria, mas a hepatite B pode causar danos permanentes ou crônicos ao fígado, resultando em câncer de fígado.
As vacinas estão disponíveis para prevenir a hepatite A e B. Elas devem ser discutidas com seu médico se você ainda não as tiver recebido (ou se você precisar de um reforço). - HPV
O HPV é um grupo de vírus que pode causar verrugas genitais e certos tipos de câncer. O HPV é transmitido através do sexo oral, anal e vaginal. Homens que fazem sexo com homens podem receber uma vacina para se proteger contra as formas de HPV que levam a verrugas genitais e ao desenvolvimento de certos tipos de câncer. - Outras infecções
A Meningite é mais frequentemente transmitida por germes na tosse e espirros, mas também pode ser transmitida a outras pessoas por contato próximo. Homens com sistema imunológico comprometido (por exemplo, aqueles com HIV ou AIDS) estão especialmente em risco. Fale com seu médico para ver se você deve receber uma imunização contra meningite. - Disfunção Sexual
A angústia associada a uma IST (infecção sexualmente transmissível) pode contribuir para o aparecimento de uma Disfunção Sexual que persiste por muito tempo após o tratamento da IST. Disfunções sexuais em alguns homossexuais tem sido atribuídas ao uso de substâncias antes do sexo. No contexto do uso de substâncias para aumentar o prazer sexual, alguns homens podem apresentar problemas sexuais.
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